A Religião como Forma de Realizar Filosofia

Os ritos funerários todos tendem para o mesmo ponto. O medo da morte. O impulso de abandonar um cadáver ou o impulso de reter ou chamar de volta o espírito do morto, faz do nosso material etimológico a luta entre esses dois impulsos. É verdade que sabemos de muitos recursos para impedir que o espírito do morto regresse a casa, como espalhar cinzas atrás do caixão, quando este está sendo levado para a sepultura, afim de despistar o espírito, ou, o costume de fechar os olhos do defunto como tentativa de lhe vedar os olhos e impedir que veja o caminho pelo qual é conduzido ao túmulo. Ou ocorre o oposto, o cadáver é enterrado na própria casa, onde conserva sua residência permanente, e assim os espíritos dos mortos transformam-se em Deuses do lar, e a vida e a prosperidade da família dependem de sua assistência e benevolência.

Nesse sentido, não há diferença radical enter o pensamento mítico e o pensamento religioso, pois ambos se originam dos mesmos fenômenos fundamentais da vida humana, por isso não podemos fixar um ponto onde termina o mito e a religião começa. Na verdade os dois se confundem e desde o principio, o mito é uma religião em potencial.

Henri Bergson, em Les deux sources de la morale et de la religion, tenta convencer-nos de que a "RELIGIÃO ESTÁTICA" é produto de pressão social; e a " RELIGIÃO DINÂMICA" se baseia na liberdade, onde não cedemos a uma pressão, mas a uma atração e por isso rompemos todos os elos sociais anteriores de uma moral estática, convencional e tradicional. Não chegamos à mais alta forma de…