Bluetooth

Na semana passada, dois gigantes da informática - a 3Com e a Microsoft - se renderam a um projeto grandioso, que promete revolucionar a comunicação entre equipamentos e pessoas e produzir vultosos lucros para as empresas nele envolvidas. Retardatárias de peso, elas anunciaram sua adesão ao Bluetooth, um bilionário pool de companhias, capitaneado pela sueca Ericsson. Juntas, elas estão empenhadas em transformar uma nova tecnologia no padrão para fazer aparelhos telefônicos e eletroeletrônicos distintos trocarem informações e comandos, sem a necessidade de um único centímetro de fio. A mágica, que já começa criar um atraente mercado de diferentes equipamentos, será possível graças ao desenvolvimento de um pequeno chip transmissor de ondas de rádio que, embutido nos produtos, fará com que eles falem a mesma língua. Lançado em maio de 1998, o projeto ganhou a adesão imediata da IBM, Nokia, Intel e Toshiba e uma montanha de investimentos - para a Ericsson, que investe US$ 800 milhões por ano em pesquisa e desenvolvimento, não há nada tão importante. Nos meses seguintes, encorpou e deixou de ser visto como mais um delírio futurista. Em março passado, 500 empresas de todo o mundo já haviam se associado à empreitada. Hoje, com a Microsoft e a 3Com, o grupo conta com os cérebros, os esforços e o dinheiro de cerca de 1,2 mil companhias.

Com tanta gente nesse barco, as previsões do número de aparelhos que estarão utilizando a tecnologia Bluetooth - nome inspirado em Harald Blatand, um rei dinamarquês da era viking, que significa dente azul em português - não poderiam deixar de ser monumentais. Em 2002, estima-se que 100 milhões de equipamentos…