Agronegócios

Basta olharmos os números do trabalho escravo e da exploração da mão-de-obra nos campos do Brasil para verificarmos esta realidade: dados da CPT dão conta de que em 2004 foram libertados 3.221 trabalhadores e denunciados mais de 6 mil trabalhadores, em 236 casos. Em Estados considerados "desenvolvidos" como São Paulo e Paraná (lugares de maior expansão do agronegócio da cana) são diárias as notícias publicadas pela imprensa sobre casos de trabalhadores vitimas de irregularidades e exploração em fazendas de cana: promessas descumpridas, registros irregulares, servidão por dívida, cobranças ilegais de moradia, aliciamento de pessoas de outros estados, alimentação ruim e casas em péssimas condições de habitação, levando os trabalhadores a uma situação que vai contra à dignidade humana.

Um dos exemplos desta realidade foi publicado pelo jornal Gazeta do Povo do dia 31.07.04: cerca de 40 trabalhadores paranaenses do município de Moreira Sales (norte do Paraná) foram vítimas de trabalho escravo em Minas Gerais. Outro exemplo ocorreu em Bom Sucesso, em 1999, quando 320 trabalhadores rurais foram trazidos do Estado de Alagoas pela empresa COPERVAL para o corte de cana-de-açúcar e foram vítimas de super-exploração. A empresa foi fiscalizada e punida pelo Ministério do Trabalho.

Outra faceta trágica do agronegócio é a violência no campo: além do caso do assassinato da Ir. Dorothy Stang, no Estado do Pará, área de expansão do agronegócio na Amazônia, dados da CPT estudados pelo geógrafo Carlos Walter Porto Gonçalves, mostram que as áreas do agronegócio são as que…